quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Lembranças de um policial militar

Apenas para registro, um texto sobre a desmotivação dos policiais militares no Brasil.


Lembranças de um policial militar

Lembro-me de quando eu trabalhava como se fosse o último serviço da minha vida. Da dedicação incondicional ao trabalho. De quando procurava em cada canto da cidade, bandidos a pé, de carro, de bicicleta, em ônibus, nas ruas, nos becos, dentro das lojas, sozinhos ou em grupo. Lembro-me de quando me sentia um herói querendo salvar o mundo. De quando fazia abordagens, incansavelmente, à procura de criminosos. De quando dirigia em alta velocidade, colocando minha vida em risco, para chegar aos locais de crimes antes que os bandidos fugissem. De quando perseguia, também em alta velocidade, veículos em fuga contando com a combinação de habilidade, sorte e ajuda divina para obter êxito. De quando desafiava os limites da lei, entrando em casas, lotes e estabelecimentos comerciais, certo do sucesso na busca por meliantes em flagrante delito. De quando apreendia quilos de drogas, dando um bom prejuízo ao tráfico. De quando prendia os criminosos e procurava incansavelmente os objetos do roubo, as armas e os outros envolvidos na ação. Lembro-me de quando gastava meu dinheiro em equipamentos modernos, os quais a Polícia nunca me disponibilizou. De quando gastava créditos do meu celular, entrevistando possíveis vítimas de um suspeito abordado. De quando meu único trabalho eram vinte, de psicólogo e fiscal de trânsito a especialista em animais silvestres. Lembro-me da satisfação pessoal em autuar um bandido para que ele pagasse pelos seus crimes. Lembro-me do quanto sentia orgulho ao ser elogiado pessoalmente e na minha ficha individual. Da alegria em ver a cobertura feita pelas emissoras de televisão das nossas ocorrências bem sucedidas. Da satisfação em ver uma vítima ter os seus pertences de volta, mesmo sem receber um “obrigado”. Da sensação do dever cumprido. Lembro-me de quando eu fazia muito mais do que deveria fazer. De um dia acreditar que seríamos devidamente valorizados. E ainda, de quando tartaruga era apenas um bicho.

Fernando Moreira.


Um abração e fiquem com Deus!!!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Política, Cultura e Bundas

Uma das minhas maiores chateações com essa sociedade brasileira moderna e conectada, é a relação que muitos revolucionários críticos amadores brasileiros da internet fazem entre política, cultura e a paixão dos brasileiros por bundas, além da paixão pelo futebol. Por que me revolto com isso? Claro, porque sou um amante do futebol, amante da cultura popular brasileira e amante de um belo bumbum estilo Sheila Carvalho, sem abrir mão de lutar pelo que eu acredito. Quem me conhece bem, sabe que isso é uma afronta contra os meus costumes e não posso deixar de defendê-los!
Bem, VAMOS ESCULACHAR OS FATOS/pontos principais: os brasileiros amam futebol e a imagem da bunda, em especial a feminina (em tempos modernos temos que ser específicos); os brasileiros são péssimos eleitores; os brasileiros são inertes em relação a atos contra os problemas do país; os brasileiros tem uma cultura rica, mas os revolucionários críticos amadores protestam contra algumas culturas populares; a internet nos tornou todos críticos amadores, inclusive eu.
ANALISANDO O CENÁRIO EXTERNO: os estadunidenses são grandes consumidores do mundo esportivo, gastam zilhões de dólares com TV a cabo, produtos personalizados, entradas para os mais variados eventos esportivos, anualmente. Os estadunidenses adoram seios! para eles quanto maiores melhor. Os seios também são muito admirados em outros países, inclusive na Espanha, onde também o futebol é idolatrado. Aliás, o futebol é idolatrado em quase toda a Europa, onde até os jogos entre os clubes mais modestos são lotados, é o grande programa do fim de semana nas mais variadas regiões, girando uma grande movimentação financeira. Os italianos também amam futebol, futebol e filmes pornográficos. Talvez graças à Cicciolina, ícone dos filmes pornôs, nascida na Hungria, naturalizada italiana e eleita para o parlamento italiano em 1987. Assim como nos países citados, os brasileiros também amam futebol, outros esportes, seios, bundas e pornografia. Em resumo, todos gostam de esportes, seios, bundas e não me esqueci de bebida, muita bebida alcoólica.
A CULTURA BRASILEIRA, segundo a Wikipédia, "é uma síntese da influência dos vários povos e etnias que formaram o povo brasileiro. Não existe uma cultura brasileira perfeitamente homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil." Assim como nos Estados Unidos, fomos historicamente influenciados com as mais diversas culturas, entre europeias, indígenas (brasileiros de raiz) e africanos. Importamos até mesmo dos americanos uma cultura já reciclada. Na cultura brasileira, por exemplo, existem os mais diversos estilos musicais, entre músicas que falam ricamente das belas praias, das matas, do sertão, do cotidiano das cidades, com ritmos dos mais diversificados possíveis. Músicas românticas, como existem em todo o mundo, mas com um estilo todo brasileiro de cantar, seja da MPB, do sertanejo, do forró, do vanerão gaúcho. Músicas para dançar do rala bucho ao arrocha, do funk ao axé.
(Sim Fernando, e daí?)
E DAÍ AMIGO, é que venho colocar minha manifestação/teoria: Como podemos ver em todos os lugares, somos seres humanos normais, que têm todo o direito de acompanhar apaixonadamente futebol, valorizar seios e bundas, dançar o arrocha ou curtir as músicas com menos ritmo e mais letras bonitas. Não é correto colocar a culpa em nossas paixões por não termos atitudes, como as recentes manifestações na Espanha, até porque temos problemas com corrupção, como os italianos. Qual a diferença entre nós e eles? Os problemas não são nossas paixões, o problema é a cola!!! É, isso mesmo que você leu, a COLA. A cola psicológica que prende esse seu traseiro no seu sofá ou na cadeira em frente ao PC, talvez essa cola seja chamada de preguiça, talvez de acomodação, talvez seja falta de amor no coração, sei lá... Porquê se preocupar? Todo lugar do mundo tem pão e circo, mas comportamento de palhaço igual ao brasileiro não vejo em lugar nenhum do mundo.


Versinho:

"Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida.
Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos..."

(Nelson Rodrigues)



Um abração

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Massacre de Realengo

Bem, baseado em reportagens e declarações de internautas via Orkut e Facebook, resolvi falar um pouco sobre esse caso que chocou o Brasil e o mundo.
A grande maioria das pessoas entendem que um crime desses não tem como prever e muito difícil de evitar, mas alguns insistem em afirmar que é culpa das autoridades e que no Brasil isso... no Brasil aquilo... pois bem. 
O fato é que quando uma pessoa dessa, trabalhadora, sem antecedentes criminais, pacata e calma, decide que vai matar pessoas, afirmo facilmente que ele vai matar e o Estado pouco pode fazer para intervir, e tampouco é o culpado por uma tragédia dessas. Esse tipo de crime, sem motivação aparente é o resultado um desvio psicológico, que nos choca devido à crueldade e frieza.
A culpa do Estado neste fato está apenas na facilidade que um brasileiro tem em adquirir uma arma de fogo, o que em muitos países é muito mais difícil. Mas pergunto, em outro país qualquer, se um maluco desses quisesse adquirir uma arma de fogo para consumar ato parecido, você acha que ele vai conseguir? A resposta é sim. Pode demorar, mas mais cedo ou mais tarde, se ele quiser muito, ele vai conseguir e realizará sua loucura e a população vai demonstrar essa sensação de insegurança. E nesses casos suicidas o pior é que nunca será feita justiça, pois o autor se matando, evita a punição do homem.
Massacre em Columbine - EUA
Estou falando do fato em particular, porque é certo que no Brasil a Segurança Pública é muito deficiente, a Justiça Brasileira é extremamente benevolente com seus criminosos e há pouquíssimas ações sociais do Estado visando soluções, isso sem contar no quanto a corrupção atrapalha o funcionamento desse sistema,   mas esse caso em particular não é um problema de Segurança Pública, nem do Estado. Não adianta colocar um policial ou guarda municipal em cada escola pública. Temos que colocar na cabeça que a Polícia não é onipresente em lugar nenhum do mundo, porém nos Estados Unidos, por exemplo, alguns atos criminosos são reprimidos pela simples certeza de que os autores serão punidos rigorosamente, o que mesmo assim não impede que o acontecimento de crimes dessa natureza ocorram, como foi o caso do Massacre em Columbine, onde dois estudantes mataram 10 pessoas em uma escola tranquila e feriram outras 12, em abril de 1999.
Em uma reportagem do g1.globo.com, um colega de Wellington disse o seguinte:

“Eu me lembro muito, o Wellington era o ‘bundão’ da turma, era um cara totalmente tranquilo, um bobão. Implicavam bastante com ele, zuavam ele de tudo o que é nome”, contou Bruno Linhares. Mas depois o jovem ressaltou: “Ele apesar de ser bundão, tinha um sorriso assustador”.

Talvez isso explique o porque o autor escolheu a escola, e talvez algumas brincadeiras humilhantes de garotas, colegas de turma, ou talvez uma rejeição também humilhante, tenham o motivado a alvejar friamente as meninas. Enfim, não adianta procurar culpados, a culpa é da capacidade do ser humano de ser tão perverso, quanto de ser bondoso. Se você for uma pessoa religiosa, reze para que Deus toque o coração das pessoas e demonstre o amor que Deus nos demonstra, se não for religioso, apenas procure ser bondoso com as pessoas, seja tolerante com os que não são iguais a você e procure "fazer o bem sem olhar a quem", como diz o famoso ditado, tentando talvez contaminar as pessoas positivamente com tais atitudes.


Frases:

"O ser humano é um só e a humanidade é uma só. Aquilo que, em qualquer lugar, é feito contra o homem, por fim, fere a todos."

(Papa Bento XVI)


"É da natureza humana se autodestruir"


(O exterminador do futuro - Filme)



Um abração

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pontapé inicial...

Bem, já há algum tempo venho sentindo a necessidade de manifestar meus pensamentos de algum modo, apenas para quem esteja interessado em ouvir/ler, visto que moro meio isolado, estou sem namorada e meus amigos andam sumidos. Na esperança de que alguém um dia leia o que eu escrevi e talvez até coloque em minha biografia lançada em livro, que possivelmente será feita pelo Leandro, e que provavelmente terá depoimentos especiais dos meus irmãos, do André, da Letiene, do Rodrigo, do Anderson, do Filipe e do Glauco.
Como todos sabem sou um filósofo à moda antiga, daqueles que chamam um outro amigo filósofo para sentar numa mesa de madeira, dividir uma garrafa de bebida alcoólica e tentar desvendar os mistérios do universo através de uma conversa fundamentada e analítica.
Minhas principais referências filosóficas são Milionário e José Rico, dos quais guardo a célebre frase: "Vou levando a vida e a vida me levando, nunca tive preconceito, fazer o bem sei que é direito e assim vou levando a vida", além de Almir Sater e Renato Teixeira, que presentearam a humanidade com músicas como "Tocando em Frente" e "O Violeiro Toca", e as viagens que até hoje tento entender do Humberto Gessinger, mas que me ajudaram a superar todas as dores de cotovelo da minha adolescência.
Acabo de atravessar também um marco cronológico pessoal (30 anos) e a expectativa era a mesma do bug do milênio, mas após ter passado, a sensação foi a mesma, o sistema não foi danificado. Os assuntos serão variados, os leitores poucos e as viagens muitas, o que se ocorrer, estará dentro das expectativas. Conto com a opinião dos gatos pingados que terão a curiosidade de entrar nesse blog.
E a observação é que não estou me preocupando muito com erros de sintaxe e pontuação, mas se alguém quiser me corrigir, aceitarei de bom grado.

Um abração